Quase hai - Lafaiete Luiz do Nascimento

O intelectual Candido Mendes, educador, sociólogo, ensaísta, defensor dos direitos humanos e dos princípios da Igreja Católica, aponta nesta entrevista aspectos fundamentais para o que seria uma reforma universitária consistente no Brasil. Destaca, ainda, o legado da Teologia da Libertação na construção da democracia e a importância do controle do Judiciário. Membro da Academia Brasileira de Letras e reitor da Universidade Candido Mendes, o também cientista político explica, ainda, por que, na sua avaliação, há tantos entraves a uma reforma política no país. Membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz; e presidente do Conselho Superior de Ciências Sociais, da Unesco, Candido Mendes, aos 80 anos, conhece o Brasil tão a fundo, que não se surpreende com aquilo que ele mesmo denomina, com relação ao presidente Lula, de “subversiva popularidade presidencial”. Leia mais...

Evangeline Lilly sendo desenhada. E um som muito legal. Veja aqui .

Speed painting de John Locke (Lost), por Nico Di Mattia. Clique aqui .

Quase hai divulgará, de vez em vez, sítios raros, por cujas águas pode-se navegar por horas, dias e meses. Um bom exemplo é a página da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Aqui , tudo sobre "ambicioso projecto de tratamento bibliográfico, digitalização, restauro e difusão de parte do seu valioso e notável fundo antigo dos séculos XV e XVI; por outro, e do espólio doado à FLUL em 1996 pelo professor, crítico, actor e encenador Osório Mateus".

são demais os perigos corredeiras fios d'água pedaços de tez sombria e ora os riachos sóis dos olhos pequenos são demais os riscos inescrutáveis os caminhos que levam à luz e à paz acima das pedras que abrigam a queda nublosa das águas demais os danos sofridos nalma cortes nas frestas melindres sob o coração não mais tépido: bêbado dos mágicos olhos-lírios que o espreitam a lassidão do tempo sorvendo o vinho novo! o ósculo nas palavras não pressentidas mornos versos forasteiros acariciando o ouvido falto de paz, mãos e falas secretas!

Se o Crime e o Castigo de Raskolnikov Se Mann revelaria seus diários e Se Proust prosseguiria, náufrago, em busca do dissipado tempo que Se Rosa engendraria flores-dálias em Se Llosa Se Buñuel Se... Nada importa: ósculos de sangue demência e contrafação de poderosos nos home-bankings: o mel de luxuriantes créditos de convênios: o ouro que provém da miséria política do povo. E remanesce a dúvida: um outro mundo seria possível?

21h35 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira um atendimento médico "decente, digno e respeitoso" para evitar erros de tratamento como o que resultou na amputação de seu dedo mínimo da mão esquerda. Durante discurso na cerimônia de inauguração da unidade de pronto atendimento 24 horas de Campo Grande (RJ), o presidente só teve seu dedo "arrancado" porque era pobre, estava vestido de macacão e "fedendo" a óleo. "Quando cortei este dedo aqui, eram três horas da manhã, eu trabalhava numa metalúrgica, chamada Metalúrgica Independência. Eu me lembro até hoje. Na verdade, o dedo não tinha amassado todo, poderia ter deixado um cotoquinho pelo menos para eu coçar o ouvido. Mas eu era peão, estava vestido de macacão, três horas da manhã, fedendo a óleo, eu acho que o cara que me pegou falou: 'Sabe de uma coisa: arranca logo o dedo desse peão'. E tirou todo o meu dedo. É assim que, muitas vezes, o pobre é tratado neste país.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Ayres Britto concedeu parcialmente liminar para a ADPF (Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental) ajuizado pelo PDT, que pedia a revogação da Lei de Imprensa --que regula a liberdade de manifestação do pensamento e de informação-- alegando que ela viola diversos preceitos constitucionais. A liminar de Ayres Britto suspende a aplicação de parte da Lei de Imprensa. Com isso, processos judiciais e decisões tomadas com base nos artigos da lei que foram suspensos também ficam em suspenso. "Imprensa e democracia, na vigente ordem constitucional brasileira, são irmãs siamesas",diz Britto em seu despacho. "Em nosso país, a liberdade de expressão é a maior expressão da liberdade, porquanto o que quer que seja pode ser dito por quem quer que seja". Em outro trecho, Britto afirma que a "atual Lei de Imprensa não parece mesmo serviente do padrão de democracia e de imprensa que ressaiu das pranchetas da nossa Ass

Acabei de ler no Portal Literal (fantástico megaportal literário!). O sonho que se segue foi anotado por Franz Kafka numa carta que escreveu a Milena Jesenská, sua namorada, em setembro de 1920. Sonho do Fogo "Ontem sonhei com você. Já quase não me lembro dos pormenores, só sei que nos transformávamos continuamente um no outro, eu era você, você era eu. Finalmente, não sei como, você pegou fogo, lembrei-me que é possível apagar o fogo com panos e assim bati em você com um velho paletó. Mas as metamorfoses recomeçaram e de repente você desaparecia, era eu que ardia e também eu que me batia com o paletó. Mas de nada adiantava, só confirmava meu velho temor de que esses métodos nada podem contra o fogo. No entretempo chegaram os bombeiros e de algum modo você foi salva. Mas agora você era diferente, fantasmagórica, como se desenhada a giz no escuro, e caiu-me nos braços sem vida, ou talvez tenha apenas desmaiado de alegria por ter sido salva. Mas ainda aqui atuava a incerteza da tran

Passei em diversas bancas. E nada. Livrarias. Nadica. O que houve com a melhor revista literária brasileira não acadêmica? Acessei hoje o site de EntreLivros e nenhuma nota lá foi postada. Notícias via Google dão conta da trágica notícia: a revista saiu de circulação, a partir de janeiro. Luto. Uma tristeza. Tanta porcaria vende tanto nas bancas! Uma lástima. Seguem as notas fúnebres. Que dobrem os sinos! Termina a revista "Entrelivros" Nos próximos dias, chega às bancas o último número da revista "Entrelivros", que, lançada em 2005, teve 32 edições mensais, em que discutiu a obra de novos autores e clássicos como Machado de Assis, Fernando Pessoa, Kafka, Thomas Mann, Clarice Lispector e muitos outros. Editada pela Dueto - que conta com participação societária da Ediouro e da Segmento -, a revista tinha tiragem mensal de 10 mil a 15 mil exemplares, mas, nos últimos meses, seguindo a tendência de retração do setor de revistas, disse sua editora, Josélia Aguiar, cheg

ainda-hei de parar um dia e escrever um poema nesta lasca de pedra de ossos pré-históricos e de árvores obesíssimas eis que serei aureolado por luzes fúnebres de sorridentes criaturas já mortas - na fímbria de minh'alma em que resultará o poema nas lasca?, não sei. eis que, flectido, perecerei à beira dum lago onde colibris se estarão lavando como cruzarei os umbrais de marfim negro onde a resposta dormita, em alerta?, não sei. mas ainda hei-de parar um dia e escrever-te, ó nome, ó mulher, ó poema, nesta lasca de tudo: sobre tudo. Barreiras/BA, 13.05.1987

Reúno todos os dias do mês que passou e não tenho um só dia. A que se destinam os dias todos?, e, dentro deles, protegidos, em seu próprio iglu de aço,os sentimentos e vontades humanas? Por que temos sempre de ir em frente? Por que não temos tempo a perder? Rapaz, é bom que você cresça, estude, trabalhe, ame mulheres, tenha um filho. Plante um imenso cedro amazônico, daquele que você abraçou no Museu Emílio Goeldi. Inventaram a consciência pra isso? E a consciência por acaso, como você a tem, não é um fruto do viver na alucinação do que virá? "O futuro não é mais com era antigamente." "Se um dia você dançar (...)" Belém/PA, 26.06.1987

Eram três homens. Sobrara ele. Ho se atirara no vazio - asfixiou-se. Po Yoo, no pouso, imaginando o solo do planeta Sigma semelhante ao terrestre, não tomou as precauções necessárias - afundou, em questão de segundos, numa rocha diamantina incandescente (descobriu-se, depois, que não se tratava de carbono puro cristalizado no sistema cúbico, mas de uma composição e geometria distintas). Não restava a Ly alternativa, senão voltar. O Sol 237 ameavaça extinguir sua energia nos próximos meses-luz. Conseguiu alcançar a nave galáctica em dois meses e alguns dias-luz. Era um domingo, e após um sono profundo, regado a toda sorte de chilreios de pássaros indescritíveis, acordou muito sonolento; porém, após lavar o rosto na água verde do córrego artificial, animou-se. Dias depois, lançou-se na noite de Py, na constelação recém descoberta de Drika. Por 253 vezes, Ly sonhara com a ruiva que amara na 3ª série do primário - antigo sistema de ensino do Brasil, país localizado no continente América d

Vovó Quadros trazia, no lombo dos 99 anos, o balde d'água apanhado no poço. Tinha ido quando o sol ainda era um colossal dragão cuspindo fogo. Agora, na volta, a última falripa cor-de-boneca-de-milho-verde do dragão sumia atrás da floresta de ébano, além do lago. 2) Uma krenak chega a cavalo. 3) Seduz um rapaz que pescava ali perto. 4) A índia atropela, na volta, a velha, que faria um século de vida na próxima lua nova. 5) Fazem o enterro às seis do dia seguinte, como a velha pedira, no estertor. 6) E os dois ainda se amariam, o jovem na alucinação, no frêmito escandaloso, a cada investida da alentada e destemida krenak. Brasília, 10.01.1987

Fuçando velhos escritos, papéis, folhas de cadernos soltas, guardanapos rascunhados, em busca de um texto que será motivador do primeiro capítulo da nova novela ("nova novela?") Anantha , deparo-me poemas e que tais fabricados aos 18, 19 e 20 anos. Suspeito de fato sou para dizer da qualidade ou da tristeza dos versos, mas resolvi postar alguns, na série Formação. Segue o primeiro. MULHER Teus olhos são para mim amplas janelas, por meio das quais diviso paisagens amazônicas. Verde, azul e colorido sem-fim teu ser confunde-se com o próprio oceano que anseio criar só para ti. Haverá uma praia, um paraíso Mas, nela, nós seremos mais altos que o próprio Sol. Brasília, 06.07.1988

No dia 25/05/2005, às 19:28, postei este estranho conto, até hoje inconcluso, no extinto blogue Casa de Letras : Riomar e Almânia - CONTO em partes - Parte I Há um casal septuagenário... a. Nesta tarde aluá tapioca canoas milharal pássaros periquitos manga o rio chuva histórias à meia-noite conversa no alpendre Riomar e Almânia mão-em-mão nada mais que mão-em-mão e o sorriso largo de poder ver o sorriso da companheira em lindo vestido na tarde boa do sábado novo, após o café que o marido plantara, regara, colhera, guardara, torrara, pilara, peneirara e, por fim, fervera e coara – ofertando-lhe, em xícara nova comprada na Vila, com pires e tudo. b. Meninos Riomar e Almânia Ele menino no princípio do século. Ela menina como uma flor como um algodão como uma libélula como uma índia fosse ela. Ele menino teve o lume a visão: dele com ela, juntos, velhos, rindo, livres, felizes. Agora Almânia sabe: criança a gente é toda a vida: dentro da gente: o mesmo contentamento que tinha quando caía n

E assim é lavada a casa da alma de cada um: a sala os quartos a varanda e até o narcótico quintal (a modorra) Rescende pelas cumeeiras a Paz febril Noite e grilo Alma, águas burilam-na Noite e Estrela

Hoje, no blogue do Luís Nassif: O caso revista Veja No sexto capítulo da série sobre a Veja, a maneira como, inicialmente, a revista investiu contra Daniel Dantas, denunciou suas manobras e acusou jornalistas de fazerem matérias encomendadas por ele. Clique aqui .

Em dezembro, Quase hai publicou a série O melhor da poesia mundial . Gullar foi selecionado, claro. Para ler outros, clique em Poesia mundial selecionada , nos marcadores . Dentro da Noite Veloz Ferreira Gullar VI A noite é mais veloz nos trópicos (com seus na vertigem das folhas na explosão monturos) das águas sujas surdas nos pantanais é mais veloz sob a pele da treva, na conspiração de azuis e vermelhos pulsando como vaginas frutas bocas vegetais (confundidos com sonhos) ou um ramo florido feito um relâmpago parado sobre uma cisterna d´água no escuro É mais funda a noite no sono do homem na sua carne de coca e de fome e dentro do pote uma caneca de lata velha de ervilha da Armour Company A noite é mais veloz nos trópicos com seus monturos e cassinos de jogos entre as pernas das putas o assalto a mão armada aberta em sangue a vida. É mais veloz (e mais demorada) nos cárceres a noite latino-americana entre interrogatórios e torturas (lá fora as violetas) e mais violenta (a noite) na

A companhia Théâtre du Soleil - não confundir com o circo - encenou Les Epheméres no Sesc Belenzinho, em São Paulo, em outubro do ano passado. Notas de ensaio Ariane Mnouchkineaos atores: As estrelas (...) Lembrem-se de que não são os "cometas" a estrela do espetáculo, as estrelas do espetáculo são os pequenos seres humanos que se descobrem mortais (...) Libertem-se dessa história até que ela lhes seja devolvida. (...) Vivam cada visão que tiverem, de modo extremo, concreto, preciso. É preciso condensar o tempo . 8 de março de 2006. Leia mais aqui .

"Tento deseperadamente nos esclarecer." (Ariane Mnouchkine, diretora do espetáculo) Cada cena, um átimo. Que instante me faz ser o que sou? A companhia Théâtre du Soleil Encena Les Eheméres Durante seis horas e meia. A trupe: Sessenta pessoas De trinta nações E que falam vinte e dois idiomas. A música de Jean-Jacques Lemêtre Evoca e interpreta as nuvens A perda O passado o futuro E o que não está no palco. A ilusão é erguida.

Uma ótima notícia! Mais de 7,7 milhões de alunos do ensino médio público terão em suas escolas acervos literários, obras de referência e de pesquisa de todas as áreas do conhecimento tratadas no currículo. Os livros, que comporão acervos com 139 títulos cada um, serão distribuídos pelo Programa Nacional Biblioteca da Escola para o Ensino Médio (Pnbem), uma das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado em abril de 2007. Leia mais....