Fórum Social Mundial, a vitória da cítara


O fracasso do neoliberalismo condensa a tragédia de um pensamento utilitarista que considerava boa a democracia que estivesse adequada ao mercado, que consagrava a liberdade econômica como superior à liberdade política e, para não obstar o processo acumulativo, entregava os postos-chave do Estado aos carcereiros de qualquer aspiração republicana.

O ideal era a fragilização da esfera pública, o esmagamento de qualquer forma de auto-organização da sociedade incompatível com as práticas de negociação da empresa monopólica moderna. Isso era Davos e sua lógica binária pretensamente tranqüilizadora. “Uma “solene encenação da única ópera de Beethoven, “Fidelio”, para os menestréis da” boa gestão” corporativa.

A melhor descrição desse cenário foi feito por Marilena Chauí, em texto para a revista “Desvios” em 1984: “Tanto o mercado propriamente dito quanto a política são tratados como barganha num espaço competitivo constituído por indivíduos, grupos ou pela massa".

Se Kierkegaard descreveu a angústia como experiência propriamente humana do ser livre, a "Montanha Mágica" das finanças jamais a levou em conta. Sua realidade “transparente e apaziguadora" estava livre de qualquer pulsão dialética, apascentando administradores racionais e gerentes científicos.

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