Ouvindo Gullar


Gullar narra agora Dentro da Noite Veloz, com música de Egberto Gismonti.

Estou em Aracaju. Um amigo e sua namorada.

Ela ao fone.

Cada palavra explode puro poema.

A poesia é uma porrada na verborragia esquálida do capital. Sei que é.

?Por que ouvir Gullar para mim é um êxtase puro, nestes tempos lulistas? E vejam vocês, visitantes regrados de Quase Hai (cafezinho hoje não tem, ok?), que o bardo brasileiro mais importante vivo inventou de ficar a vituperar contra Luis Inácio - que Quase Hai ampara, reiteradamente. Mas estamos aqui, renitentes, na defesa do governo de coalizão do torneiro mecânico. Assistiram Peões e o outro filme? Assim não dá pra conversar!

O fato é que ouvir Gullar é uma viagem psicodélica, sem que necessitemos de coisa alguma, senão do espírito liberto.

Dentro da Noite Veloz.

Notícia da Morte de Alberto da Silva.

Vida.

Inferno.

Sete poemas portugueses (o fdp do Gullar os escreveu aos 21 anos - como Rosa, que escreveu Magma aos 21, acho - usou um pseudônimo: Guimarães Rosa é f.!...).

O fato é que aos dezoito eu sabia de cor Dentro da Noite Veloz e o declamaei uma vez em um curso de formação política do PT, quando compunha o Diretório Zonal do Cruzeiro, no DF.

Stop.

Hoje, vivo de atribulações registrais e notariais, morando na terra onde Virgulino Ferreira da Silva andou aprontando ("até os santos atiram na gente nesta cidade!", disse o cara, quando adentrou com seu bando em Capela - Moran, um abraço amigo.... um dia aprendo a ter a pertinácia e a displina suas...)

O texto resta concluído de modo libertário.

Somos assim.

"O vento que empurra a tarde, arrasta a fera ferida....
(...)
Sim, fevereiro resiste, como uma fera ferida.
É essa esperança doida que é o próprio nome da vida.
Vai morrer, não quer morrer.
Se apega a tudo que existe.
Na areia, no mar, na relva,
No meu coração, resiste."

Volveremos al tema, amigos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como a madrugada produz incêndios!

Auroras

FUNDAMENTAL: Chomsky debulha a manipulação dos meios