Olvide números


olvide números
leia nuvens plantas
bichos
pios de aves
e vôos de borboletas

sinta canaviais
pardais
gorjeios de joões-de-barro no ninho

pressinta a chuva
invente gravetos molhados
olor de grama e capim

seja o silencio
da relva e da pétala
flor do cerrado

o galho a balançar
o bambuzal
as estrepolias dos gaviões-de-penacho

vislumbrar
por que o concreto da cidade nova
se há ao lado um éden
um riacho
laranjais
e o cântico do silêncio e do vento
o sibilante sorriso da brisa?


Aqui a cidade nova é Águas Claras, em Brasília. Centenas de edifícios ganham vida, da noite para o dia. Ao lado, um parque com imensa floresta, riachos, pássaros e riquíssima flora do cerrado.

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