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Mostrando postagens de junho, 2010

Frases de Camus

"Jovem eu pedia às pessoas mais do que elas me podiam dar: uma amizade contínua, uma emoção permanente. Hoje sei pedir-lhes menos do que podem dar: uma companhia sem palavras. E as suas emoções, a sua amizade, os seus gestos nobres mantêm a meus olhos o seu autêntico valor de milagre: um absoluto resultado da graça." "Um homem é mais homem pelas coisas que silencia do que pelas que diz. Vou silenciar muitas. Sabendo que não há causas vitoriosas, gosto das causas perdidas: elas exigem uma alma inteira, tanto na derrota quanto nas vitórias passageiras. Criar é viver duas vezes. Todos tentam imitar, repetir e recriar sua própria realidade. Sempre acabamos adquirindo o rosto das nossas verdades." "O artista, estando entre os muitos que trabalham e lutam, busca abrir as prisões e fazer falar a infelicidade e felicidade de todos. A arte busca promover um renascimento da justiça e da liberdade. Sem a cultura e sem a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedad

Hiroshima, meu Amor

Trecho do inesquecível filme de Resnais, com roteiro de Duras, "Hiroshima, meu Amor", de 1959.

Tristeza!

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José Saramago, extraordinário romancista, morre, aos 87 anos. Uma alma boa e pura, que nunca frequentou um templo religioso. O último texto escrito em seu blog (Outros Cadernos): "Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma." Foto: Folha On line/Efe

DF pálido*

Sol gigante, desconhecido Fogos secos na tarde Cobrem a cerrada cidade sem claras águas Nem lobos-guáras rodeiam mais os arbustos e os córregos Nem jaguatiricas ou micos-leões-dourados A terra é roubada e homens desconhecidos erguem mansões Viram políticos. A capital de meu país, fria e árida, Em junho e julho ainda respira, Apesar do Coronel que a desgoverna. 27.06.2004 *escrevi há alguns anos esses versos, que protestavam (e são atualíssimos!) contra o hoje agonizante rorizismo

Bloomsday em Brasília!

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Recebi convite do jovem amigo Piero Eyben, doutor em Literatura pela UnB. Pena que veio em cima da hora. "Caros e Caras, Gostaria de convidá-los para festejar o BLOOMSDAY desse ano, que cairá na quarta-feira. Com o objetivo de celebrar o dia em que toda a ação de Ulysses de James Joyce, o 16 de junho é uma verdadeira instituição literária para aqueles que levam a literatura a suas últimas consequências. Esse ano teremos uma dupla comemoração: MANHÃ (das 08h às 12h), no Auditório da Reitoria da Universidade de Brasília Mostra do Filme "Bloom", de Sean Walsh Seguido de Debate sobre a Obra e o Filme NOITE (a partir das 20h30), no Balaio Café Espetáculo BlooMonoLogos: leitura dramática, música, dança e cerveja. Aguardo todos por lá, Lots of fun at Bloom's Day! até, abraços e joycosidades, Piero." Sugiro leiam os versos precisos de Piero no Twitter!

Mulheres no cinema

A flor azul: flores (de novo no blog)

“a gente chora por que finda a tarde e finda a noite a lua mansa e a gente dança venerando a noite quando é dia o sol levanta e a gente canta o sol de todo o dia” caetano veloso) i. por que não lêem poesia? por que não provam o poema? por que não amam a palavra acesa no calor do verbo? será por exalar (o poema) luz vastíssima e colorir os céus como pássaros-flores em pétalas lírias? quê há? a poesia é música (e, por certo, e por exemplo, Deus criou essa voz-caetano qual cifra que serpenteie entre os elos das cordas do elomar qual beatriz derramada nas milton-voz-minas-gerais qual pinheiro-leila acariciando-se no russo — naquela águavoz eduardo e mônica ave voz ave som ave palavra uma só palavra-vislumbre: tempo vento ii. eu só entre homens esquálidos no país que – trôpego – discute a ausência de ética e, em transe, venda olhos à polícia que, agora, como nunca, tolhe a liberdade (pois que de tudo se vê, até magistrado com algemas!) eu só entre mul

Cantos de Muros, de Câmara Cascudo

"No canto do muro tijolos quebrados, cobertos pelos cacos de telhas ruiva, aprumam-se numa breve pirâmide de que restos de papel, pano e palha disfarçam as entradas negras da habitação coletiva desde o térreo, domínio dual de Titius, o escorpião, e de Licosa, aranha orgulhosa, até o último andar onde mora um grilo solitário e tenor. (...) No meio do quintal a mangueira estende a galharia robusta, derramando sombra e agasalho. É uma árvore bem velha, alta e copada mas de frutos azedos e reduzidos. Aquela imponência ornamental basta para justificar a presença poderosa. Depois do sapotizeiro há uma goiabeira esquelética e que teima, como fêmea obstinada na fecundação, em cobrir-se de goiabas amarelas de polpa rubra e doce. No fim, hirto, senhorial, importante, o mamoeiro sacode o estirado caule bem alto, com uma coroa de folhas imóveis, guardando o bando de mamões compridos e desejados pela lonjura. Mamoeiro, sapotizeiro e goiabeira estão registrados nos livros graves como Carica

Moniz Bandeira: Brasil hoje tem uma dimensão econômica e política global

Residindo atualmente na Alemanha, o cientista político Moniz Bandeira é autor de mais de 20 obras, entre as quais Formação do Império Americano, Presença dos Estados Unidos no Brasil, bem como de Brasil, Argentina e Estados Unidos (Da tríplice Aliança ao Mercosul) e de O Governo João Goulart – As lutas sociais no Brasil (1961-1964), cujas reedições revistas e ampliadas estarão nas livrarias na próxima semana. Segue trecho de longa entrevista que concedeu ao Portal do Partido dos Trabalhadores: "A política externa brasileira implementada no Governo Lula tem-se destacado no mundo. No Brasil, enquanto alguns diplomatas ligados ao governo FHC e setores da mídia conservadora criticam o que consideram um distanciamento e até mesmo uma postura mais agressiva com relação aos Estados Unidos, outras vozes importantes saúdam este novo papel geopolítico desempenhado pelo Brasil. Que avaliação o senhor faz desse novo posicionamento do governo brasileiro no cenário internacional? Há muito