Cefaleia e leitura de Dostoievski
Talvez parte de algumas patologias (cefaleia, por exemplo), venham de tensionamento entre a obrigação, o dever, o trabalho necessário, e a urgência de fruir uma atividade prazerosa (a leitura de um romance por exemplo).
O embate entre o dever e o prazer gera a tensão. E dele, nasce a tal patologia.
Nada de novo, até aqui.
O fato é que, lendo o quinto volume da megabiografia de Dostoiévski, de Joseph Frank, Dostoiévski: O Manto do Profeta, 1871-1881, lembro-me a todo tempo dos códigos e da doutrina civilista e registral, à espera de leitura. Eis a tensão presente.
Mas o sabor da leitura e o espírito que visita a Rússia czarista (no esforço de Frank de escanear o panorama sócio-cultural em que viveu o autor de O Idiota) subvertem qualquer crítica que eu faça a mim mesmo.
Certo que os amigos concursandos estão tendo relativo ou total sucesso. E o sistema, com a posse de muitos, oxigena-se visivelmente (uma revolução para uns; uma bobagem, para outros, néscios, que desconhecem o notariado, daqui e de outros países). Tudo bem. Mas cada um estabelece suas prioridades como quer; e, a partir dessa premissa, deve assumir as consequências da decisão tomada.
Voltarei ao tema. Por ora, fico neste ponto.
publicado também no blog Cara Registral e Notarial
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