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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

O Leitor

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Kate Winslet representa muito bem. O filme é doce e ao mesmo tempo dolorosamente denso, ao abordar o holocausto nazista.

O Presidente no Sambódromo

Só houve aplausos. Perdeu a Globo, perdeu Ali Kamel. O jornal "O Globo" esqueceu que César Maia já não é mais prefeito: não tem na mão a máquina pública para financiar uma claque de vaias com apaniguados do DEMos, com dinheiro público da prefeitura, como aconteceu no PAN. Quando a festa é do povo, na rua, nas arquibancadas, ou seja lá onde for, os quase 90% de popularidade de Lula falam mais alto, e sobram aplausos!

Poemas de Alejandra Pizarnik

El olvido en la otra orilla de la noche el amor es posible -llévame- llévame entre las dulces sustancias que mueren cada día en tu memoria 13 explicar con palabras de este mundo que partió de mí un barco llevándome En tu aniversario Recibe este rostro mío, mudo, mendigo. Recibe este amor que te pido. Recibe lo que hay en mí que eres tú. Vértigos o contemplación de algo que termina Esta lila se deshoja. Desde sí misma cae y oculta su antigua sombra. He de morir de cosas así

Sobre Mano Chao

A hiperconservadora imprensa sergipana pouco ou nada falou de Mano Chao. Aqui há enorme controle da informação. Não há jornal de qualidade. Não existe uma rádio como a CBN, que, apesar de vinculada à Globo, proporciona debate saudável e tem dois ou três âncoras lúcidos. Somos salvos pela FM da Universidade Federal de Sergipe, com boa música e notícias, além de programas culturais (um ótimo, literário). Mano Chao é ativista da esquerda global. Participou de todas as edições do Fórum Social Mundial. E vem crescendo em importância, ano após ano. Alguns versos da extraordinária canção Clandestino (do disco homônimo): Solo voy con mi pena Sola va mi condena Correr es mi destino Para burlar la ley Perdido en el corazn De la grande Babylon Me dicen el clandestino Por no llevar papel Contudo, o show dele na orla, na praia de Atalaia deixou a desejar. Parece que a banda estava mais preocupada em agradar a um público acostumado com barulho (forró, música de corno sertaneja e por aí vai) , do qu

Carlos A. Brito e a janela do espírito

A "realidade mais ampla" é tema corriqueiro na boca de juristas e advogados Os poetas falam dela quando descem a lenha na tessitura social débil Votos do ministro Carlos A. Brito ampliam a consciência de indivíduos insensiveis Abrem a janela do espírito de tantos quantos têm o cheiro da moeda enfiado na alma.

Hei Jude. Vídeo raro!

Autoexílio

Esta a opinião do poeta Avelino Moreira, por e-mail, sobre suposto autoexílio deste blogueiro: "Pensei no autoexílio, sim.Como o do Gonçalves Dias, vivendo em terras "portugas", especialmente quando ele expressa esse sentimento no poema Canção do Exílio, mas achei piegas citá-lo. Mas para o poeta, por mais moderno/racional que seja, os momentos mais difíceis são oportunidades para transformar dificuldades em sentimentos sublimes, em forma de arte, grandeza maior da cultura humana. Imagina você que na Antiguidade o bardo Homero escreveu as obras-primas Ilíada e Odisséia, perambulando de cidade em cidade, da polis grega. Na Idade Média Dante escreveu sua obra-prima refugiado. Um pouco mais tarde, Camões, possivelmente, escreveu Os Lusíadas na China, provavelmente em Macau. Tempos depois Shakespeare escreveria obras monumentais, vivendo mambembamente, produzindo peças que não custearia a própria manutenção. Além de Gonçalves Dias, me lembro, também, de Gullar, de que você,

Enquanto faziam amor

Enquanto faziam amor uma mulher loira de quarenta e cinco anos tomava sopa em sua casa de praia, em Aracaju. Os corpos imitavam o balançar da janela ventos do verão, e naquele instante um menino corria, debaixo de chuva, no interior de Minas Gerais. Eram um só, boca em boca hálito único - a mulher leva a colher aos lábios e pára: uma lembrança antiga, quando amou um rapaz, na adolescência. Ofegos da mulher o homem persegue o ápice - o menino na chuva, desabalado de bicicleta, sem medo de coisa alguma. O vento e a janela, pra lá e pra cá. A mulher loira agora se vê no fusca do namorado, quando ele ameaçara arremessar-se no cais, com carro e tudo, caso ela o deixasse, que a vida não mais teria sentido. O amor intenso as palmeiras ventanias que vêm do mar barulho de ondas. O menino alcança quarenta quilômetros por hora braços abertos fecha olhos por segundos as rodas molhadas parecem levitar. A mulher loira termina a sopa. O amor finda. O menino sobe a ladeira, a pé, carregando a veloz bi

Flávio Dino quer fim de cargo vitalício para ministros do STF

A disputa entre a mesa do Senado e da Câmara pela promulgação da PEC dos Vereadores é o "auge" da judicialização da política O deputado Flávio Dino (PCdoB-MA) lança mão do exemplo para justificar a decisão de apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) acabando com a vitaliciedade nos cargos e definindo um período de 11 anos para o mandato dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado argumenta que, nos últimos anos, o STF assumiu papel de "tribunal político", sendo a instância de recursos nas polêmicas existentes no Congresso Nacional ( PEC dos Vereadores deve ser resolvida por nova mesa diretora ). Ao avaliar a situação, ele diz que essa é uma tendência inevitável e que já ocorre em países da Europa, como Espanha e Portugal. E lá, os ministros da suprema corte tem mandatos. Para o parlamentar, a proposta não representa uma recriminação ao STF que, segundo ele, "mais acerta do que erra"; e sim uma tentativa de republicanizar a Jus

Poesia na blogosfera

Explosão de blogs O poeta tece monólogos Solitário, lê Sartre. O Ser e o Nada do verso que acabou de parir. Sartre, é certo, está em toda parte. (Mais do que nunca, impende separar o joio do trigo.)

Com a palavra Caio Fábio

Muita coisa sempre aconteceu ministerialmente na minha vida pelas seguintes razões: 01. Não faço o que não devo fazer, não importando o tamanho do "apelo", e, assim, dedico-me à minhas prioridades; 02. Sou objetivo em tudo o que faço, buscando sempre o caminho mais simples para tudo; 03. Quando posso fazer ótimo, faço; mas, quando não posso, faço assim mesmo; pois, creio que muitas vezes o ótimo é o pior inimigo do bom; 04. Delego tudo o que outros possam fazer; 05. Tenho tido sempre muita gente boa me ajudando nas demais coisas; 06. Não perco tempo explicando o que já está explicado; 07. Digo o suficiente e deixo as pessoas se virarem também; 08. Não jogo e não me distraio com o que apenas me trai; 09. Divirto-me muito vendo bons documentários diariamente; 10. Não temo dizer o que penso, e, assim, penso e digo com simplicidade.

Valoroso Ministro Barbosa: sistema penal de faz-de-conta

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"Eu sou relator nesta casa de uma série de habeas corpus relacionados a uma estrepitosa ação penal que tem curso no Estado de São Paulo. Só em relação a um dos réus, um dos réus, nos últimos quatro ou cinco anos, eu julguei, foram julgados, nada menos de 62 recursos. Em relação a um deles. Sessenta e dois recursos. Dezenas deles da minha relatoria, outros da relatoria do ministro Eros Grau, outros da relatoria do ministro Ayres Brito, aqui nesta corte. Portanto, o leque de opções de defesa que o ordenamento jurídico brasileiro oferece aos réus é imenso. Inigualável, não existe nenhum país do mundo que ofereça tamanha proteção. Portanto, se resolvermos politicamente, pois essa é uma decisão política e cabe à Corte Suprema tomar essa decisão, que o réu só deve cumprir a pena esgotados todos os recursos, ou seja, até o recurso extraordinário votado por esta corte, nós temos que assumir politicamente o ônus por essa decisão. (…)Eu acho que não temos que ficar aqui estabelecendo a dife

Benjamim Button

O filme é mesmo muito bom. Vi ontem. Denso. Faz pensar. E é repleto de influências literárias. Proust. Garcia Marquez. Wolf. Entre outros. Mas tais referências são percebidas nas entrelinhas. Vale a pena. "Uns são advogados; Outros são artistas; Umas são mães..."

O terror econômico da grande imprensa

Artigo publicado no Observatório da Imprensa O que indica a pesquisa CNT/Sensus, divulgada nesta terça-feira, 3 de fevereiro de 2009, dando conta de novos recordes na aprovação pessoal do presidente Lula e na avaliação positiva de seu governo? Os números se prestam a múltiplas interpretações, mas se partimos da premissa de que o simples desmascaramento de uma farsa ideológica já é suficiente para desmoronar todo o arcabouço que a sustenta, a imprensa saiu muito mal na foto. Não só ela como os que ainda acreditam que a consciência política de uma sociedade pode ser reduzida à agenda de sua mídia hegemônica. Se toda informação, como destacava Herbert de Souza, "é, de certa forma, uma proposta ou elemento de formulação de propostas e essa é a matéria-prima fundamental para a ação política", o campo jornalístico vem sendo sacudido por atores ativos e conscientes dos processos de transformação política, econômica e social pelo qual o país vem passando desde 2003. E disso, os edito

PMDB: "Tá tudo dominado!"

Meteu-se goela abaixo do Congresso Nacional e do País o partido-ônibus PMDB. A tradição de alternânica no comando das duas Casas foi quebrada e o Sir Ney velho de guerra volta ao cenário, anos após a ida para outros mundos do Coronel ACM. O conservador constitucionalista Temer é, pela terceira vez, O terceiro homem forte da República.

O poema atoleimado

A prova fatal de que o poema não cumpre sua função: Na areia da praia No monturo horda de crianças jaz, no crack, e meninas vendem o corpo por vinte reais. A prova de que o verso é parva lesma: Bancos tratam com gentilezas sem-fim certos empresários que vivem de furtar a vida e a alma de sergipanos pobres! A prova de que a palavra no poema é uma mierda: políticos corruptos seguem amparados por. A prova de que a lírica do poeta é covarde: um dos versos anteriores silenciou-se, pôs o rabo entre as pernas. Se não bastam tais provas, mais outras: o bispo fecha olhos para práticas nefandas do prefeito, do vereador e do deputado; Jesus é moeda de troca nas congregações neopentecostais; o policial arrisca a vida por salário parco; o professor ensina em troca de migalhas; oligopólios e cartéis vicejam! Bah, queres mais prova? Esquece o poema e cuida de tua vida! Vá!

Para manter Lei do Petróleo e controlar o Pré-Sal, lobbies buscam desmoralizar a Petrobrás

Por Gabriel Brito e Valéria Nader 20-Jan-2009 Maior e talvez mais emblemática empresa brasileira, a Petrobrás começa 2009 da mesma maneira que terminara 2008, isto é, no centro dos mais importantes, e acalorados, debates nacionais. Acusações de má gestão, empréstimos questionados, pesadíssimo jogo de influência nos corredores políticos em torno do marco regulatório petroleiro foram todos pontos respondidos por Fernando Siqueira, novo presidente da AEPET (Associação dos Engenheiros da Petrobrás), em entrevista concedida ao Correio da Cidadania. Explicando serem de rotina os empréstimos tomados no final do ano passado, Siqueira alerta para uma nova campanha de desmoralização da empresa diante do público, o que seria estratégico para os setores interessados na manutenção do atual marco regulatório do petróleo. No entanto, não referenda completamente a gestão da empresa, como, por exemplo, no que se refere à situação de alguns funcionários, especialmente terceirizados, que trabalham sob co