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Mostrando postagens de maio, 2010

O téologo

Hoje o teólogo Leonardo Boff foi entrevistado na TV Câmara. Em um trecho, Boff afirmou que hoje, no mundo, há duas pessoas de extrema influência. A primeira é Obama, por ser o líder do império; a outra é o presidente Lula, porque ganhou, com sua inteligência, carisma e capacidade de articulação, as graças do mundo e hoje qualquer líder do Sul o ouve antes de tomar qualquer decisão que diga respeito a políticas externas ou mesmo internas, de inclusão e de resolução de problemas sociais.

Primeiro anos

Para uma vida de merda nasci em 1930 na rua dos prazeres Nas tábuas velhas do assoalho por onde me arrastei conheci baratas, formigas carregando espadas caranguejeiras que nada me ensinaram exceto o terror Em frente ao muro negro no quintal as galinhas ciscavam, o girassol Gritava asfixiado longe longe do mar (longe do amor) E no entanto o mar jazia perto detrás de mirantes e palmeiras embrulhado em seu barulho azul E as tardes sonoras rolavam sobre nossos telhados sobre nossas vidas. Do meu quarto ouvia o século XX farfalhando nas árvores lá fora. Depois me suspenderam pela gola me esfregaram na lama me chutaram os colhões e me soltaram zonzo em plena capital do país sem ter sequer uma arma na mão. (Ferreira Gullar - Buenos Aires, 1975)

Lawrence Ferlinghetti traduzido por Leminiski

OLHO DO POETA OBSCENO VENDO... O olho do poeta obsceno vendo vê a superfície do mundo redondo com seus telhados bêbados e pássaros de pau nos varais e suas fêmeas e machos feitos de barro com pernas em fogo e peitos em botão em camas rolantes e suas árvores de mistérios e seus parques de domingos no parque e estátuas sem fala e seus Estados Unidos com suas cidades fantasmas e Ilhas Ellis vazias e sua paisagem surrealista de pradarias estúpidas supermercados subúrbios cemitérios com calefação e catedrais que protestam um mundo à prova de beijo um mundo de tampas de privada e táxis caubóis de butique e virgens de Las Vegas índios sem terra e madames loucas por cinema senadores anti-romanos e conformistas [ conformados e todos os outros fragmentos desbotados do sonho imigrante real demais e disperso entre esse pessoal que toma banho de s

Maria Rita no frevo!

Para ‘Le Monde’, Brasil é porta-voz dentre as economias emergentes

Por Andrei Netto CORRESPONDENTE/PARIS A julgar pelas palavras do jornal “Le Monde”, o Brasil não para de seduzir a opinião pública da Europa. Em editorial de capa de sua edição de 25 de maio, o maior jornal da França define o país como “o porta-voz das economias emergentes”, elogia companhias como Embraer e Petrobrás e diz que o Brasil está às portas de seus “trinta anos gloriosos”. Não bastasse, diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ser candidato à secretaria-geral das Nações Unidas em 2012. O editorial, intitulado “O Brasil de Lula em todos os fronts”, analisa a onipresença da política externa do país. Segundo o diário, “O mundo murmura as declarações do presidente brasileiro e os feitos importantes não apenas futebolísticos de seus cidadãos”. “Le Monde” lembra recentes pronunciamentos do presidente em sua passagem pela Europa, quando criticou a lentidão da Alemanha e socorrer a Grécia e em dissipar as dúvidas que pairam sobre a solidez financeira da União Europeia. E

Érico Veríssimo

O genial romancista gaúcho Érico Veríssimo dispensa apresentação. Quem aí gosta de literatura e nunca leu um livro dele, levante a mão. Clarrisa, Música ao Longe, Olhai os Lírios do Campo, O Tempo e o Vento e tantos outros romances belíssimos. Segue biografia completa de Érico: Erico Lopes Verissimo nasceu em Cruz Alta, no noroeste do estado do Rio Grande do Sul, no dia 17 de dezembro de 1905. De família abastada que ficou arruinada, era filho do farmacêutico Sebastião Veríssimo da Fonseca (1880-1935) e da dona-de-casa Abegahy Lopes (dita "dona Bega"). Tinha um irmão mais novo, Ênio (1907), e uma irmã adotiva, Maria.Quando tinha quatro anos de idade, Erico Verissimo ficou gravemente doente e, após ser levado a vários médicos, foi finalmente diagnosticado com meningite complicada com broncopneumonia pelo médico Olinto de Oliveira, cujo tratamento salvou sua vida. Leia mais na Wikipédia .

Aracaju, o mar e o rio

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De minha janela, diviso o Atlântico. A linha tênue do horizonte aponta para o passado e para o futuro. O presente é esta apreensão de horas e o respirar ofego. Cabral, Colombo e os outros descansavam ao pôr- do-sol? Ignoro. Tampouco desconheço se pescadores respiram fundo ao mirar as vagas que estrondam, afugentando o calor da tarde, na umidade dos líquidos. As mesmas ânsias destes tempos serão substituídas por outras, várias, renovadas, o que fará eclodir outras necessidades. Deveria ter esperanças no novo Homem? Acaso estes Tempos o engendrarão? A fúria financeira parece segredar que não! Mas, dizia eu, de minha janela vejo os azuis longínquos: do firmamento, de nuvens estabilizadas e do próprio mar. A linha de que falei antes parece invisível, mas está ali, firme. Aracaju resistirá, daqui a trinta anos, quarenta anos? Avançará o mar? Ou novo pacto será travado, e o vigor das águas respeitará a morada dos homens? Estes, por sua vez, saberão bem-viver, em fraternidade jamais vista, ou

Conversas com gênios

Conversas com gênios O jovem escritor australiano consegue "desentocar" mestres da literatura mundial, como Saramago, Umberto Eco, Carlos Fuentes, e fazer um livro refinado e empolgante Ronaldo Mendes Paul Auster, um dos grandes nomes da literatura norte-americana contemporânea, não escreve seus livros numa máquina de datilografia. Tampouco usa os modernos computadores. Ele, aos 63 anos, autor de obras como a Trilogia de Nova York, Desvarios no Brooklin, Homem no escuro, ainda escreve à mão. Claro que tudo depois vai para a tela digital. Mas os diálogos, pensamentos e personagens, estão antes lá, na ponta do lápis. A confissão consta do livro de Ben Naparstek (1), Encontro com 40 grandes autores, lançado agora no Brasil pela editora portuguesa LeYa. A façanha de reunir perfis de importantes nomes da literatura mundial foi realizada pelo jovem australiano Ben Naparstek, de apenas 24 anos. Ele, formado em artes e direito na Universidade de Melbourne, na Austrália, colaborou pa

Justiça da Espanha suspende juiz Baltasar Garzón

Eram 14h, hora do almoço espanhol. O juiz Baltasar Garzón (foto no alto) saía da Audiência Nacional, em que, 40 minutos antes fora avisado, por telefone, que o Conselho Geral do Poder Judicial tinha tomado uma decisão unânime: sua suspensão. Fora do tribunal, o magistrado não conteve as lágrimas, foi aplaudido, abraçado e confortado com coros de "Garzón, tranquilo, o povo está contigo". De volta ao último dia de trabalho, às 20h recebia a resolução por escrito. Na rua, centenas de pessoas se manifestavam a seu favor. - As situações complexas não se enfrentam com otimismo, e sim com a tranquilidade que dá saber que sou inocente do que me acusam. Como homem respeitoso com a lei, só me resta assumir a decisão, exercendo minha defesa para que fique absolutamente clara qual é a situação - afirmara Garzón, na noite anterior, ao terminar uma conferência sobre os direitos dos povos indígenas. Magistrado da Audiência Nacional - tribunal que julga, entre outros, crimes contra a Humanid