Sobre a atividade literária

Alguns amigos escrevem regularmente, e quase sempre conversamos sobre livros e autores. Não posso me afastar deste mundo (de livros, autores e criação literária), apesar de a vida, a labuta, a tentativa de aprender o Direito - tudo sempre nos encaminha para outras ilhas, interesses e ocupações.

Nenhuma pretensão tenho; nada grandioso; apenas tenciono um dia provar pra mim mesmo que sou capaz de escrever algo que ao menos se aproxime, por exemplo, da grandiosidade de um Thomas Mann; nem que tal empreitada demore ainda algumas décadas (ora, Pedro Nava, maior memorialista da literatura brasileira, escreveu com primor por volta dos 70 até os 79 anos, caso do monumental "O Círio Perfeito".

Assim, sempre que posso, gosto de ouvir quem escreve, porque escreve, como anda escrevendo, sobre o que anda escrevendo, o que anda lendo etc.

Bem, evidente que questão crucial se impõe: vale a pena escrever na periferia do mundo? Mas que periferia é essa? O centro ainda são a Europa e os EUA, na atividade literária? Por certo que não - novas luzes surgem na Ásia, Oriente Médio, África, Japão, Brasil, Argentina.

Em texto recente, em seu blog Heloisa Buarque de Hollanda afirmou: "O estudo das novas periferias literárias que vêm se redefinindo em função das lógicas dos processos de globalização neoliberal pretende enfatizar dois movimentos paralelos e complementares na formulação de respostas e enfrentamentos culturais ao contexto político e econômico do século XXI. São eles: a literatura brasileira e a latino americana, no quadro da produção cultural e artística transnacional e dos mercados simbólicos globalizados, bem como a literatura e a cultura produzida na periferia das grandes cidades brasileiras e seu poder de interpelação e impacto na produção canônica e de massa."

Como se vê, há um movimento em curso já há algum tempo, estimulado, com maior ênfase, pela WWW, creio eu, ao permitir a migração dos centros culturais do mundo. A literatura hoje é transnacional de fato.

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