Outro....*
Já estava na fazenda há três dias, com Anantha, ela em meus pensamentos ela em minha fala ela nos poros eriçados de minha pele morena pensava nela a cada instante o sorriso carregado de enigmas o mistério de sua presença e as variações sistólicas que provocava em meu peito era só Anantha em meus olhos investigava o pôr-do-sol e Anantha eu via apreciava flores e eis Anantha volvia as íris para as nuvens cravava-as aqui e acolá e mais além ainda mirava o verde absurdo das mangas onde os bois teriam engorda nada nada além dela tão sublime quanto travessa e rindo rindo e quando a via pela sala na varanda ou no curral vendo a ordenança das vacas ou até mesmo montando os cavalos do tio eu me lembrava dos minutos em que nos acariciamos ternamente na ilha do rio das Ondas no primeiro dia a ternura da boa lembrança rutilava-me o olhar eu era todo esperança! Mas agora evitava-me embora seus olhos teimassem em fitar-me quando estávamos à mesa na serena hora do almoço ou do jantar ou quando nos encontrávamos eventualmente ao percorrer a geografia da casa? Então havia interesse sim e eu saberia mais cedo ou mais tarde atraí-la para mim e o que eu sentia não era mais só um desejo intenso como antes eu já estava tomado pelos cabelos pêlos e cheiros de Anantha pois para mim ela era já mulher tinha luz própria explorava sozinha a calmaria e a zoada alheias (única perfeita). Sonhava com ela e nesses sonhos tínhamos encontros em Brasília íamos ao Cine Academia ao Teatro Dulcina tomávamos sorvete brincávamos no Parque da Cidade corríamos como crianças era quando eu perdia na relva os gestos contidos a frieza do trabalho burocrático no Ministério da Justiça só éramos agora ver os joões-de-barro serelepes na chuva nova eita! Leia mais aqui...
* inicialmente, não havia pontuação alguma. Manteve-se a ausência, em alguns trechos.
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