Um deputado distrital que honra o mandato
Na primeira tentativa, em 1998, foram pouco mais de quatro mil votos. Na eleição seguinte, dez mil. Na última, ele conseguiu 25.800 votos. José Antônio Reguffe (PDT), 34 anos, é deputado distrital.
“Foi uma emoção muito grande. Eu podia até imaginar que seria bem votado. Mas, jamais poderia imaginar que pudesse reunir mais 25 mil votos e que ficasse entre os três mais votados”, confessou o deputado distrital, à época da eleição.
Jornalista e economista, agora Reguffe investe na política. A principal meta? Nas palavras dele, moralizar a Câmara Legislativa (como é chamada a Assembléia Legislativa no Distrito Federal): “Alguém consegue explicar por que um deputado distrital tem uma verba de gabinete de R$ 92.100 por mês? Para contratar funcionários não concursados? Isso é estatização de cabo eleitoral!”, critica o deputado.
E nessa “faxina moral” o parlamentar luta por projetos polêmicos: “Fim dos salários extras para deputados, para que todo deputado receba 13 salários como qualquer trabalhador. Vou apresentar um projeto para reduzir a verba de gabinete dos deputados distritais em 20%. E ainda a redução da verba indenizatória. Não tem cabimento distrital poder abrir escritório político nas satélites com dinheiro do contribuinte”, afirmou, também, ao DFTV, da Rede Globo.
O deputado também pretende criar uma disciplina agregada nas escolas para ensinar cidadania. “Eu quero ensinar para as crianças a importância de pedir uma nota fiscal, a importância de conhecer a Constituição, por exemplo. Uma população que não conhece os seus direitos não tem como exigi-los!”, ressaltou Reguffe.
Para o editor de Quase hai, Reguffe enviou a seguinte mensagem, em resposta a e-mail que lhe enviei:
"Lafaiete,
Não te conheço pessoalmente, mas tenho profundo respeito por você. Já há tempos, leio suas cartas para os jornais. Não concordo com tudo, mas te diria que 90% do que você escreve tem a minha total concordância e apoio. Se todos os cidadãos deste país tivessem a preocupação que você tem de questionar, reclamar e sugerir, este seria um país diferente. Cidadania não é só votar. Parabéns mesmo! Você está fazendo a sua parte.
Com relação ao ex-governador, em um país sério ele não estaria andando por aí. Sabe Lafaiete, estou muito decepcionado e triste com tudo. Lutei muito para chegar aqui e tem umas figuras que não poderiam ser deputados. Mas vou cumprir meu mandato até o final e também fazer a minha parte.
Um abraço forte, com enorme respeito,
Reguffe"
Respondi:
Prezado Deputado Reguffe,
Obrigado pelas referências elogiosas.
Nós, cá, é que estamos honrados e orgulhosos de tê-lo como Deputado Distrital.
Não votei no sr., mas acompanho seu trabalho, sempre, e acho que o sr. honra o mandato que eleitores conscientes lhe outorgaram.
Mas quanto a sua decepção, penso que não deve desistir, não mesmo.
Continue firme! Os distritais, a maioria eleitos com absurdo abuso de poder econômico, estão aí para cuidar (como eu disse certa vez) de todos os interesses possíveis (diga-se, os interesses privados deles), inclusive o público (este seria um interesse residual, digamos assim).
Torço pelo sr., Deputado.
Vamos ver o que as instituições da República farão quanto ex-governador, hoje desprovido de imunidade processual relativa e sem foro privilegiado.
Abs.
Lafaiete Luiz."
Comentários
Abração
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