Formação: Poema
ainda-hei de parar um dia e escrever um poema nesta lasca
de pedra de ossos pré-históricos e de árvores obesíssimas
eis que serei aureolado por luzes fúnebres de
sorridentes criaturas já mortas - na fímbria de minh'alma
em que resultará
o poema nas lasca?, não sei.
eis que, flectido,
perecerei à beira dum lago onde colibris se estarão lavando
como cruzarei os umbrais de marfim negro
onde a resposta dormita, em alerta?, não sei.
mas ainda hei-de parar um dia e escrever-te,
ó nome,
ó mulher,
ó poema,
nesta lasca
de tudo: sobre tudo.
Barreiras/BA, 13.05.1987
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