Lula diz que teve seu dedo amputado porque era pobre e estava fedendo a óleo


21h35 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira um atendimento médico "decente, digno e respeitoso" para evitar erros de tratamento como o que resultou na amputação de seu dedo mínimo da mão esquerda. Durante discurso na cerimônia de inauguração da unidade de pronto atendimento 24 horas de Campo Grande (RJ), o presidente só teve seu dedo "arrancado" porque era pobre, estava vestido de macacão e "fedendo" a óleo.

"Quando cortei este dedo aqui, eram três horas da manhã, eu trabalhava numa metalúrgica, chamada Metalúrgica Independência. Eu me lembro até hoje. Na verdade, o dedo não tinha amassado todo, poderia ter deixado um cotoquinho pelo menos para eu coçar o ouvido. Mas eu era peão, estava vestido de macacão, três horas da manhã, fedendo a óleo, eu acho que o cara que me pegou falou: 'Sabe de uma coisa: arranca logo o dedo desse peão'. E tirou todo o meu dedo. É assim que, muitas vezes, o pobre é tratado neste país. Não é diferente", afirmou.

Lula disse que esse atendimento é um "erro acumulado" há 500 anos e que vai levar "alguns anos" para reverter. No discurso, o presidente também reconheceu que a violência não é um problema apenas no Estado do Rio, mas também de São Paulo, Minas, Pernambuco, Bahia, Paraná, no Rio Grande do Sul. Porém, segundo Lula, no Rio são mostradas como se fossem "infinitamente mais graves".

E alertou para que os governos Estadual e municipal façam a sua parte porque, se o Estado "não se apresenta com escola, com hospital, com lazer, com transporte, vira um submundo e a bandidagem toma conta". "Aí, o bandido começa a cobrar pedágio, começa a dizer quem entra ou quem não entra. E a maioria das pessoas honestas é marginalizada", disse.

Fonte: FolhaNews

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