Entre pedras e nuvens


gesticulam.
que balbucios estranhos!
falam muito -- e prossegue
o pêndulo no reino das horas pragmáticas
seus dentes não serram o talo das dálias
mas são alvos
e o sol neles
é um presente
amar é um ausente
transeunte amar
e abraçam, minuciosos
seus dias e auroras
explicando serem cais
praia areia e verões
inquietos explicando gesticulando

(que distante eu,
perdido entre pedras e nuvens
sentindo já o cheiro bom da manhã
carregada de inverno)

***

1985, aos 17 anos

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