Um pouco de J. Krshnamurti


Sabem o que é a vida? (…). Vou então explicar-lhes. Já viram os aldeões, vestidos de farrapos, sujos, perpetuamente esfomeados, trabalhando sem parar? Esta é uma parte da vida. Adiante notarão um homem de carro, a mulher coberta de jóias, perfumada, com vários empregados. Este é outro aspecto da existência. Ali se acha aquele que voluntariamente abriu mão das riquezas, que vive com simplicidade, anonimamente, como um desconhecido, que não se considera um santo. Também aqui temos outra parte da vida (…). (Ensinar e Aprender, pág. 37)

Depara-se alhures com o homem que deseja tornar-se eremita, e existe ainda o que se torna devoto, o qual não deseja pensar, mas apenas seguir cegamente alguma coisa. Existe, igualmente, aquele que pensa cuidadosamente, com lógica e sanidade, e que, ao descobrir que seus pensamentos são limitados, procura transcendê-los. Ele também compõe a vida. E a morte, a perda de tudo, do mesmo modo faz parte da vida. A crença em deuses e deusas, em salvadores, no paraíso, no inferno, são outros fragmentos da existência. E o amor, o ódio, o ciúme, a cobiça, tudo isso configura a vida (…). (Idem, pág. 37)

O que desejo discutir (…) é o problema da mente que se aplica a este vasto e complexo problema da existência. A existência não se restringe à obtenção ou conservação de um emprego, mas encerra toda a esfera da existência psicológica, quase desconhecida para a maioria de nós (…). O problema da existência é este vasto complexo de guerras, classes, castas, divisão - a perpétua batalha do homem contra o homem, em competição (…). (O Problema da Revolução Total, pág. 38)

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