Williams Carlos Williams
O VASO DE FLORES
Rosa confundido ao branco
flores e flores reversas
recolhem e derramam a flama velada
atirando-a de volta
cornucópia da lâmpada
pétalas obscurecidas de través com malva
vermelho onde em volutas
cada pétala põe seu fulgor sobre outra pétala
volta de gargantas flamiverdes
pétalas radiantes de luz transverberada
pelejando
no alto
as folhas
estirando o seu verde acanhado
para fora da borda do vaso
e eis ali o vaso, de todo obscuro
garrido em sua capa de musgo.
THE POT OF FLOWERS
Pink confused with white
flowers and flowers reversed
take and spill the shaded flame
darting it back
into the lamp's horn
petals aslant darkened with mauve
red where in whorls.
petal lays its glow upon petal
round flamegreen throats
petals radiant with transpiercing light
contending
above
the leaves
reaching up their modest green
from the pot's rim
and there, wholly dark, the potgay with rough moss.
Poeta fundamental numa tradição de gigantes, a poesia norte-americana, em que cada autor parece estar observando o mundo pela primeira vez e inventando a linguagem poética (...). Dentro desta tradição, William Carlos Williams se destaca por sua capacidade de transformar todo assunto ou objeto em matéria poética. Daí sua atenção toda peculiar ao fugaz e ao diminuto, ao aparentemente desimportante, enfim.
A poesia surge do mais inesperado solo... "Ele continua a arrebentar rochas e rachar poemas". (T.S. Eliot numa carta de fevereiro de 1959, aludindo a um de seu poemas mais conhecidos, "Uma espécie de canção".
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