Da utilidade do Orkut. Um início de debate numa comunidade sobre Marcel Proust

20/10/08

Susana

As gerações presentes na obra

Gerações das personagens presentes na obra

1ª geração – 1820
Avó
Mme Villeparisis
Mme Cambremer
Norpois

2ª geração – 1850
Pais do narrador
Duquesa Guermantes
Charlus
Swann
Odette
Verdurin

3ª geração – 1880
Marcel
Gilberte
Albertine
Morel
Saint-Loup

4ª geração – 1900
Srta Saint-Loup

A geração de Marcel é uma geração de frustrados, exceto ele que consegue, mesmo tardiamente, ser escritor.
Como a História é contada do ponto de vista dos Guermantes, é uma história da decadência.
Falta na obra a classe popular.
A burguesia é o foco da questão social na obra, pois não tem valores calcados na tradição.
20/10/08

Josias

Caramba, adorei seu post.
Bom ver assim de modo sistematizado.
19 fev

luiz

As gerações presentes

O senhor comentou que falta a classe popular. Na verdade não falta. Trata-se de um sofisticadíssimo livro sobre a vida e as emoções humana e em especial da busca de um OPVS.
Na busca pela apreciação da arte , dos valores , parodiando Umberto Eco, não é um livro sobre misérias quotidianas . Há um aristocrata com Swann e gente muito mais muito mais pobre em todos os sentidos como Morel. Por ser um livro sobre a emoção e a vida não pode ser uma obra social , assim como os comunistas a vêem . Este tipo de pensamento já foi esgotado pelo próprio Gide quando recusou-se a publicar o primeiro volume com a alegação de que era uma história de duquesas e depois vendo a grandeza da obra arrependeu-se tendo colocado na sua biografia , por causa deste preconceito político , a marca da maior burrice editorial de todos os tempos. No fundo a resposta é simples - o motor do livro é outro. Ele é a obra da consciência da inconsciência , da lembrança e especialmente do tempo e da pessoa. Grato, espero não haver desagradado.
17 mar

Susana

Quando afirmei que faltava na obra a classe popular, foi no sentido de que Proust não colocou seu holofote nela. É claro que está presente, até porque se trata de uma narrativa que enfoca a decadência e aristocracia e classe popular acabam interagindo. Da classe popular emergem personagens, mas que vivem no meio aristocrático.
Na crônica social, o autor elege a aristocracia como classe a ser representada. Apesar disso, a partir de 1870 a França vive politicamente na 3ª República e, portanto, a obra retrata a derrocada da aristocracia do poder. A decadência política e econômica da aristocracia vai aparecendo paulatinamente no romance. A aristocracia não se adapta ao modelo político republicano - da burguesia.

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