Beleza, em Feodor Mikhailovitch


Pergunta que fiz na comunidade Mikhail BAKHTIN, que criei para discutir a obra do genial crítico literário russo:

Qual a verdadeira extensão do conceito de Beleza, em Dostoievski?

"...a preocupação de Dostoievski em afirmar o primado da beleza sobre todas as coisas, em afirmar a necessidade absoluta de sua existência; ela é fonte do amor, é o alimento da alma, é o elo de ligação com a eternidade. [...] Na sua dialética existencial Dostoievski transpõe ao tempo, volta ao passado e leva-nos ao ponto mais alto do monte onde o espírito das trevas propunha ao Cristo a transformação das pedras em pães. (este aspecto está mto presente no capítulo de O grande Inquisidor de IK). É a luta entre o demônio e o ideal de beleza que o Cristo levava em Si mesmo e Seu Verbo."
(Hamilton Nogueira)

A beleza na figura do Idiota:
"Ela permanece misteriosa, ela vibra em outro som, um som que parece vir como antes do pecado, ou talvez mais justamente um som da eternidade apocalíptica, que canta a beleza escatológica do mundo resgatado, enquanto o passado, "a vida anterior" com seu sofrimento e seu mal, faz sentir o seu calafrio" (Romano Guardiani)

Para mim, FMD fala da Beleza transcendental, imanente a toda criatura que se libertou do Pecado (original ou temporal) - e compreenda-se que Pecado em Dosoievski é tudo aquilo que se distancia do Bem. Então, a Beleza aproxima o Homem do Criador, e expele e purga o indivíduo de tudo quanto possa desvirtuar o sentido de sua existência.

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