A influência das pesquisas eleitorais


Por Marcelo Idiarte*

Para compreender a influência dos dados do Ibope sobre uma parcela da população (a mais significativa em números, diga-se), basta resgatar uma definição sucinta e despudorada publicada pelo coronel José Sarney em sua coluna de seu jornal O Estado do Maranhão (lá do também “seu” Estado do Maranhão – a unidade federativa), em 14/08/1994: “O maior eleitor das eleições é a pesquisa. Ela desperta a visão de qualidades dos concorrentes, provoca ondas de adesão e conduz o eleitorado indeciso a uma decisão que, pela dinâmica das coisas, tende para votar no vencedor” (crédito para este apontamento ao professor Franklin Douglas, em clique aqui).

Excetuando-se os institutos de pesquisa ligados a universidades públicas, fica muito claro que as pesquisas de intenção de voto não têm nenhum intuito de prestação de serviço à sociedade, mas sim de atendimento a interesses específicos deste ou daquele candidato e/ou deste ou daquele grupo de comunicação. O mais comum é ambas as coisas, porque – neste caso – a ligação é umbilical.

O Ibope, especialmente (mas não exclusivamente), perdeu qualquer resquício de credibilidade que pudesse ter já lá nos anos 90, em várias eleições que o instituto se propôs a mensurar do Caburaí ao Chuí, nacionais, estaduais e municipais. Não pode ser levado a sério, ao mesmo tempo em que não pode ser ignorado, no sentido dos prejuízos que é capaz de trazer à espontaneidade do voto.

*Fonte: Blog de Luis Nassif

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