Presidente da OAB compara Arruda a Fujimori e defende impeachment


GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Depois de a OAB-DF (Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal) defender o impeachment do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEMOCRATAS), agora a OAB nacional também afirma que o democrata deve ser afastar do cargo. O presidente da OAB nacional, Cezar Britto, disse neste domingo que a imagem de Arruda recebendo propina leva à necessidade de impeachment.

"A imagem do governador sentado em uma cadeira recebendo um pacote de dinheiro é devastadora", afirmou Britto.

O presidente da OAB comparou o caso Arruda com o episódio de corrupção que envolveu Alberto Fujimori, ex-presidente do Peru, que em 2001 foi condenado a mais de sete anos de prisão por repassar recursos ilegais ao então chefe de inteligência peruano Vladimiro Montesinos.

Britto classificou as denúncias de "extremamente graves". O presidente da OAB disse que vai passar o domingo lendo o inquérito da Polícia Federal contra o governador e, amanhã, se reúne com a OAB-DF para decidir uma estratégia conjunta de atuação.

A Folha teve acesso no sábado (28) a cinco DVDs, entre os quais um que mostra Arruda recebendo dinheiro. O vídeo foi feito pelo então presidente da Codeplan (empresa do DF), Durval Barbosa --que era, até sexta-feira (27), secretário de Relações Institucionais de Arruda.

O secretário de Ordem Pública do DF, Roberto Giffoni, nega que o dinheiro seja propina. Seria uma colaboração recebida, em 2005, pelo então deputado José Roberto Arruda para financiar ações sociais, entre as quais a compra de panetones e brinquedos, alega.

Barbosa usou escuta ambiental e câmera escondida para flagrar as supostas negociações de Arruda e outros integrantes do Governo do Distrito Federal. Como Barbosa responde a uma série de acusações na Justiça, aceitou realizar as gravações com equipamentos da Polícia Federal em troca do benefício da delação premiada.

De acordo com despacho do ministro Fernando Gonçalves, que preside o caso no STJ (Superior Tribunal de Justiça), uma das gravações de Barbosa mostraria Arruda oferecendo R$ 400 mil para a base aliada. Em outro trecho, Arruda teria ofertado outros R$ 200 mil para o "mesmo destino" --a base aliada.

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