A ficção contemporânea



Luciana Villas-Boas, uma das pessoas que melhor conhece o mercado nacional e internacional de literatura, escreveu há alguns dias no Estadão uma reflexão extremamente lúcida sobre a ficção contemporânea.

"Quanto à grande literatura, houve, nos países centrais, um retorno espetacular da narrativa, a valorização, evidente nas premiações e na recepção crítica, para não falar de vendas, do enredo inteligente e bem armado para dizer algo relevante sobre a condição humana ou a História, por meio de personagens densos e multifacetados e um trabalho de linguagem de quem domina seu idioma e consegue construir uma voz autoral original e inconfundível. No Brasil, engatinhamos, ainda esmagados pelas desconstruções joycianas do século passado, na maioria das vezes sem a devida bagagem literária e controle do idioma. Mas surgiram prêmios literários de repercussão e a condição do escritor é muito mais apreciada do que no século passado. Não é fácil, mas é possível ser otimista e acreditar que nos próximos 10 ou 15 anos começaremos a construir uma grande literatura nacional, com presença e visibilidade até mesmo na Europa e nos Estados Unidos".

In "Caderno 2", O Estado de São Paulo, 26 de dezembro de 2010

(valendo-me de @miguelsanchesnt)

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